segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ressaca eleitoral

Há muito tempo que não escrevo eu por estas paragens, nem tão pouco, noutras, por essas "internetes" fora. Mas, por apelo do camarada Pickles em retomar a participação (activa, claro está) neste espaço, aqui estou!

E o assunto que trago à baila é a tragédia, o drama, o horror... a azia, a diarreia e a "aquela sensação de barriga enxada" (acreditem que ter uma enxada na barriga não é uma sensação muito agradável...).

Mas voltando ao assunto que me traz aqui, hoje, neste dia, vive-se a ressaca eleitoral. Pois é, aquelas tonturas ao acordar, aquele desnorte e desorientação... Que dia é hoje? Não sei... Que dia foi ontem? Ah! Já me lembro! Foi dia de eleições! E ganhou... Oh... Não... O Sócrates ganhou outra vez...

Pois é, o Inginheiro José Sócrates (apenas reconhecido pela ordem dos Inginheiros) foi reeleito primeiro-ministro de Portugal! Vá, ainda não é oficialmente, ainda vai ter de ser indigitado e umas tretas burocráticas aqui e cooperações institucionais ali, mas, tirando ao trigo o farelo, ele vai ser o nosso primeiro-ministro nos próximos... até ver...

Bom e, como bom democrata que sou, gostava de felicitar o sr. Primeiro-Ministro pela sua reeleição! Parabéns Sócrates, conseguiste enganar muitos portugueses pela segunda vez consecutiva! É obra! É que à primeira caem todos, à segunda só cai quem quer... À terceira cairá alguém ainda? Esperemos que não haja uma terceira...

E outro grande vencedor da noite foi... o PSD! Apesar de não ter contribuido para a derrota do PS... Espera... Rebobinando... Mas o PS não ganhou? Ganhou, mas sem maioria absoluta. Logo, aquilo que para Soquinhas foi uma vitória extraordinária, foi uma derrota do absolutismo e da arrogância para o BE, o CDS, a CDU e mesmo o PSD. Ou seja, ganharam todos! Fosse assim no futebol e não andava preocupado com os milagres que Jesus anda a fazer lá para os lados da Luz.

Isto é o bom da política, podemos ter o resultado mais desastroso de sempre que haverá sempre pontos positivos a salientar e portanto podemos reclamar a vitória, aliás, a extraordinária vitória!
Por exemplo, a CDU passou de 3º para 5º, e, no entanto, como subiu em 1 o número de deputados e em 30 mil o número de votos, considerou-se vitoriosa com estas eleições! O PSD ganhou porque teve um resultado melhor do que com Santana Lopes (Que feito!), o BE ganhou porque duplicou o número de deputados e elegeu deputados onde nunca tinha eleito, e o CDS (o grande vencedor) ganhou porque foi a 3ª força mais votada e com mais deputados, teve mais de 10% e, para variar, superou as sondagens!

Mas... E agora? Voltando à tal ressaca de que falava inicialmente... E agora? Depois de tantas promessas, tanta batalha sobre isto aquilo, acoloutro, tanta escuta e asfixia democrática... Depois de se terem esfolado todos para conquistarem o precioso voto daquela peixeira, daquela feirante, daquele professor, daquele micro-pequeno e médio empresário, põe-se a questão: E agora?

O PS precisa de uma coligação para ter a tal "estabilidade", no entanto, foram veementes os opositores a dizer que nunca, jamais, com Sócrates jamais... Mas nós sabemos como é uma ressaca. No dia a seguir não nos lembramos de nada do que fizémos ontem, das promessas que se fizeram, das verdades absolutas e inalteráveis, e a ver vamos... O PS precisa ou do CDS, ou do PSD, ou do BE + CDU. A última parece-me a menos provável pois envolve três partidos e já deu para ver que Sócrates não gosta da "Esquerda Radical". Assim, ou vamos ter um peculiar PS+CDS, ou um Centrão, com tachos a dobrar! Ou então teremos Sócrates, ele e ele mesmo, tão só ele mesmo, a governar de forma absolutista, quando a maioria absoluta já lhe falta...

Saudações Presunteiras!

domingo, 20 de setembro de 2009

Eleições 2009

Ora, um blog de humor político corrosivo como este não deveria ficar de lado de um ano tão rico em palhaçada eleitoral como está a ser este 2009. Sim, estivemos muito tempo parados. Sim, perdemos a oportunidade de ouro que foram as pérolas do nosso querido Manuel Pinho, perdemos a oportunidade de falar do Obama e de montar uma rede ilegal de apostas para ver quanto tempo aguentava vivo (está a safar-se bem para as minhas previsões...). Mas adiante, há tanto para manifestar que até se entope tudo na cabeça e não dá para manifestar tudo.
1º Ponto: Europeias
Foram muito nhé... Paradas. De tal modo paradas que o PSD ganhou, o que é giro no ponto de vista em que o Socas perdeu, mas é chatinho no ponto em que, bom, é o PSD.
2º Ponto: Legislativas
Esta campanha está a ser um mimo. A coitadinha da democracia anda de mão em mão, ora é estrangulada pelo Sexy-Sócrates (SS, hihihi, trocadilho maldoso), ou pela Manela. Ora cancelamos telejornais apresentados pela versão transsexual do vocalista dos aerosmith, ora na madeira é que há democracia a sério porque só um gajo é que manda e querem mandar embora os comunistas, ora vamos calar os professores e demais funcionários públicos que reclamem (sem sucesso), ora o que fazia bem era uns mesitos de ditadura fascista, maravilha! E quem já não tinha saudades do Paulo Portas? Evidentemente que o humor corrosivo do Ribeiro e Castro era priceless, mas quem não tinha saudades daquele sorriso flurescente a distribuir lambidelas por peixeiras com buço? Que imagem ternurenta. Mais ternurento só mesmo ter de passar todos os dias na minha rotina diária por um cartaz da Manuela Ferreira Leite. Exposição pública de cadáveres não é agradável, é que retrai mesmo os mais afincados necrófilos, é desagradável.
Mas no entretanto assiste-se a uma coisa gira, os diz-que-coliga, diz-que-não-coliga. É fascinante ver como os poderosos (e sedentos de poder) se abrem muito mais e estão sempre à procura de arranjinhos, que admito: devem ser difíceis de resistir com o Eng. Sócrates, o home mais sexy de Portugal, e acredito piamente (como quem deposita esperanças num bidé) que depois dos resultados ele e a manelita se vão enamorar, o que era brilhante, era sinal que daqui a 4 anos a malta ia ficar a não gostar dos dois. Esta noção de centrão sempre me fez lembrar a noção de centralão: Um gajo grande, cabeçudo e um bocado bronco, assim tipo Luisão. (Falei de futebol nas minhas comparações, macho!) Mas ainda não falei duma coisa que está intimamente ligada aqui ao Pickles com Presunto, as PME's. Ora, estou-me agora a questionar: Nós seremos uma PME? É que temos publicidade aqui, logo estamos no mundo empresarial. Era lindo sermos uma PME honestamente. Ficava com o ego nos píncaros, ter tanta malta gira a falar de nós na televisão. Mas isto começa a ser obsessão, nem só de PME's vive o homem. Também há os funcionários do estado e as grandes empresas (ou corporações como está na moda dizer, é como os bombeiros...). Parecendo que não essa gente também representa muito emprego, e também precisa de apoio, digamos que o governo e os porcos capitalistas não entram propriamente na minha noção de Super-patrão.
À parte de tudo isto há ainda as mini-novelas fofinhas. Como a das escutas, aquele casal tão amoroso que já foi o Cavaco e Sócrates começou a azedar, é uma pena. Mas ao contrário dos casais normais em que os problemas vêm da falta de comunicação, aqui, o problema é que o Sr. Eng. Sexy anda a escutar demasiado o Presidente. Ou então é o Senhor Presidente que está a ficar paranóico e cego pelos ciúmes, quem o manda enamorar o homem mais sexy de Portugal afinal? (Desculpem mas eu não me canso de dizer isto, de cada vez que digo rio-me parvamente.) Que fofinho. E o TVG? Perdão, TGV. Outra coisa gira... "Ah, metade do orçamento vai para o TGV, se calhar era melhor reconsiderar e deixar em stand by...", "Mas qual é que é o problema com os espanhois? Temos de lhes lamber as botas para estar bem na Europa!" Enfim, a minha interpretação de tudo isto, mas eu devo estar só a alucinar é claro.

E pronto, despeço-me na promessa de que vamos falar das autárquicas brevemente, saudações alimentícias!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Heranças d'Maio!


Deixo-vos, agora, com um artigo muito bom de Manuel Deniz Silva, publicado ontem na RevistaVírus:

«Maio de 68 foi há quarenta anos. E a evidência da efeméride, como não podia deixar de ser, tem trazido a sua habitual profusão de eventos: emissões televisivas, debates, livros, colóquios, álbuns, DVDs. E ainda imagens inéditas, o «onde estava em Maio de 68?», as sondagens de opinião, «o que sempre quis saber»... Mas a previsível e cíclica proliferação de discursos e objectos ganhou, neste aniversário, uma importância particular. Como pano de fundo de todos os debates têm estado quase sempre as acusações anti-68 lançadas pelo actual presidente francês no ano passado, em plena da campanha eleitoral. No último meeting antes da primeira volta, Nicolas Sarkozy anunciou aos milhares de apoiantes reunidos no recinto desportivo de Bercy, em Paris, a sua intenção de «liquidar a herança de Maio de 68». Segundo ele, os continuadores da rebelião parisiense tinham «imposto a ideia [de] que não havia nenhuma diferença entre o bem e o mal, nenhuma diferença entre o verdadeiro e o falso, entre o belo e o feio». Teriam mesmo procurado fazer crer «que o aluno era equivalente ao professor (...), que a vítima contava menos que o delinquente», impuseram «o culto do dinheiro rei, do lucro a curto prazo, da especulação». Mais, abriram o caminho «ao capitalismo sem escrúpulos e sem ética». E Sarkozy concluía: «A ideologia de Maio de 68 estará morta no dia em que a sociedade ousar chamar cada um aos seus deveres. A ideologia de Maio de 68 estará morta no dia em que a politica francesa ousar proclamar que na República os deveres são a contrapartida dos direitos. Nesse dia estará, enfim, terminada a grande reforma intelectual e moral de que a França mais uma vez necessita». Afirmações de uma violência surpreendente, que galvanizaram alguns e deram calafrios a muitos outros.
Mas ao que vinha, neste início de século XXI, a evocação pelo candidato da direita de um episódio tão distante, o ressurgir de um passado que parecia esbatido, território reservado aos nostálgicos e ao merchandising? E porque seria Maio de 68, de repente, a origem de todos os males, da ausência de valores, do relativismo cultural e até, pasme-se, das derivas do capitalismo financeiro?! Excessos de retórica para animar um comício? Ou estratégia amadurecida, preparando uma viragem ideológica da direita francesa? Várias interpretações circularam. Para uns, a máscara caíra definitivamente, revelando o autoritarismo do projecto sarkozysta. Para outros, mais cínicos, tudo não passara de uma manobra para ganhar votos. Em eleições que se ganham ao centro, diz a ciência política, as candidaturas de «poder» necessitam, apesar de tudo, de afirmar diferenças. E como os programas económicos e sociais não dão margem para grandes distinções, Sarkozy quis colocar-se, pelo menos ao nível dos símbolos, no campo conservador. A evocação do momento mítico da «desordem» vinha assim assegurar-lhe o voto da extrema-direita. Outros ainda, mais subtis, viram no anátema lançado contra tudo o que veio depois de 68 uma radicalização do seu projecto de «ruptura», a palavra de ordem essencial da sua campanha. Ruptura não contra o anterior governo, no qual participara como ministro, mas contra as últimas quatro décadas da política nacional no seu conjunto, coincidentes com o declínio da França enquanto grande potência. O candidato Sarkozy encontrava assim uma outra grandeza histórica, a do regenerador da nação, aproveitando ao mesmo tempo para cortar o nó górdio da sua contradição fundamental: apresentar-se como renovador sem ter de fazer o balanço dos cinco anos em que participara na governação.
Seja como for, um ano depois, ao aproximar-se o momento comemorativo, a comunicação social voltou a levantar o assunto. O machado de guerra brandido por Sarkozy, agora presidente, vinha dar outro picante a um evento de potencialidades mediáticas extraordinárias, mas que se arriscava a afogar-se no morno consenso das coisas definitivamente enterradas. Grandes títulos nas revistas, dossiers, entrevistas, debates: liquidar Maio de 68, sim ou não? Que fazer das memórias divergentes e contraditórias? Virar a página definitivamente? Reabilitar, refazer Maio de 68? E como reagiam os ex-soixante-huitards às acusações do presidente?
Surpreendentemente, o assunto não tem interessado a opinião pública como se esperava. Antes pelo contrário. Mesmo as utilizações populistas da imagem dos ex-revolucionários confortavelmente instalados na vida, como tentou relatar a revista Paris Match, não conseguiram comover muita gente. Contestado politicamente em todas as frentes, Sarkozy não voltou a falar no assunto e os seus porta-vozes têm tentado atenuar o vigor das afirmações passadas. Num livro saído para a ocasião, Cohn-Bendit, o ícone da rebelião estudantil agora deputado europeu, tentou ele próprio fazer um número de equilibrista em que não renega nada sem assumir coisa nenhuma, para concluir que é tempo de passar a outra coisa. Livro que, não por acaso, se intitula Forget 68 (La Tour d'Aigues: Editions de L'Aube, 2008).
O tema parece pacífico, as crispações apaziguadas. Uma sondagem publicada pelo Nouvel Observateur mostra até que 77% dos franceses consideram que a razão estava do lado dos estudantes e 74% que Maio de 68 teve um impacto positivo (nomeadamente 65% dos que declaram ter votado Sarkozy). Ter-se-á então o novo presidente enganado de estratégia? Não será assim tão simples. Primeiro, porque a mesma sondagem mostra que a visão positiva de Maio de 68 aparentemente generalizada é antes de mais o resultado de uma memória selectiva e anestesiada. À pergunta «o que lhe evoca Maio de 68», 40% responderam «uma revolta estudantil», 30% uma «modernização dos costumes», e apenas 25% uma «greve geral operária». Entre as imagens marcantes de 68, a maioria escolheu as barricadas no Quartier Latin e a ocupação da Sorbonne, deixando para os últimos lugares a manifestação de apoio a De Gaulle nos Campos Elísios e a ocupação das fábricas da Renault em Boulogne-Billancourt. A «consequência mais positiva» da revolta, para os inquiridos, teria sido a evolução da relação entre homens e mulheres e os slogans considerados mais marcantes são os que se relacionam com as liberdades («é proibido proibir»), muito mais dos que os políticos ou utópicos (como «a imaginação ao poder»). Consenso mole e difuso, despolitizado. Visão benevolente de um evento esteticamente apelativo que aparece antes de mais como a cristalização de um processo de modernização da sociedade, que provavelmente até se teria realizado sem ele. Aliás, apenas 18% dos inquiridos acham que o balanço de Maio de 68 foi «muito positivo».
Qualquer que seja o crédito que se possa atribuir a este tipo de sondagem, os resultados dão que pensar. Primeiro, mostram que as posições hiperbólicas de Sarkozy em campanha não foram de facto muito mais do que gesticulações de propaganda. O voto maioritário jogou-se noutros terrenos. O «espantalho» de Maio de 68 serviu sobretudo de argumento suplementar, que se veio juntar ao discurso securitário e xenófobo do candidato, para roubar votos à extrema-direita e reforçar o eleitorado com mais de 50 anos (na sondagem mais de metade dos inquiridos dessa faixa etária consideraram Maio de 68 como um «acontecimento negativo»). Lógica aliás confirmada pelo resultado das urnas. Depois, mostram que a referência a 68 por parte da direita liberal (em França como em Portugal, diga-se de passagem) é sobretudo operativa no campo do discurso sobre o estado laico e a autoridade, e em particular no debate sobre a educação: 40% dos inquiridos consideram que Maio de 68 teve uma «influência negativa» na relação professor-aluno e no lugar da religião na sociedade. E é sobretudo nesse terreno que se concentra a ofensiva da ideologia conservadora, apoiada na vaga culpabilidade social de um lado obscuro e ameaçador das rupturas que foram individualmente vividas como positivas, na generalização da ideia de que as liberdades conquistadas para si próprio, e egoistamente defendidas, não são correctamente utilizadas pelos «outros» (e em particular as classes desfavorecidas e os imigrantes), pondo mesmo em risco a estabilidade do corpo social (aqui marcado pela suposta deriva da escola e pela diminuição do peso da religião).
Os resultados da sondagem do Nouvel Observateur podem ser vistos assim como sintoma de dois processos convergentes. Por um lado a transformação progressiva de Maio de 68 em mito icónico, de imagens telegénicas de barricadas e de simpática confusão intelectual e social. Os operários saíram a pouco e pouco do enquadramento das fotografias. Por outro, a redução progressiva de Maio de 68 a uma transformação inelutável dos costumes, que simultaneamente legitima o processo de individualização consumista e dá um nome à sua má consciência.
Nicolas Sarkozy é aliás, de certa forma, a encarnação desse processo. Como sugere ironicamente Daniel Cohn-Bendit no seu livro, o actual chefe de Estado francês é o primeiro a ser verdadeiramente fiel ao espírito do Maio de 68, ou pelo menos a um dos seus slogans mais conhecidos: «Viver sem tempos mortos, gozar a vida sem entraves». A primeira coisa que fez o recém-eleito presidente, aquele mesmo que dias antes verberava o «culto do dinheiro-rei», foi comemorar a vitória num dos restaurantes mais caros dos Campos Elíseos e passear-se pelo Mediterrâneo no iate de um dos homens mais ricos de França. As atribulações amorosas que se seguiram e o gosto imoderado pelos sinais de luxo que lhe deram a alcunha de «presidente bling-bling» vieram confirmar o hedonismo do líder da direita francesa. Não é apenas um paradoxo. É antes de mais a confirmação de que a pulsão narcísica e a angústia face aos «outros» (sejam eles os «pobres» ou os «estrangeiros»), são as duas faces de uma mesma política. A vertiginosa quebra de popularidade de Sarkozy, entre Dezembro e Janeiro passados, teve muito que ver com essa despudorada afirmação do bem-estar individual do presidente, feita de relógios Rolex, óculos Ray-ban e aviões a jacto. Muitos comentadores assinalaram o contraste entre esse Sarkozy people e o presidente que reconheceu que os cofres do Estado estão vazios, e que não há nada a fazer contra a diminuição do poder de compra da população em geral.
Mas este impacto não é apenas conjuntural, como muitos parecem pensar. A frustração profunda provocada por Sarkozy vem da violência com que este afirma o primado liberal do prazer, de uma certa forma de «gozar a vida» que não tem muito que ver com o hedonismo utópico de 68. É a arrogância da ética do sucesso que invade a própria representação política, estalando com o anterior verniz da seriedade do poder sacralizado, respeitada de formas diferentes por De Gaulle, Pompidou, Giscard, Mitterrand e até, a seu modo, por Chirac. Sarkozy pensou que já não precisava dos antiquados rituais e que podia afirmar a sua satisfação pessoal na própria encenação do poder, mostrando assim a forma como subjectivamente divide a sociedade entre os que podem e os que não podem (ou não conseguem) «gozar a vida». E o inesgotável anedotário que foi surgindo nos últimos meses em torno dos complexos de um presidente baixinho obcecado em seduzir top-models, não deixa de ser um espelho da popularização das figuras dessa frustração. Se nos referirmos às leituras em voga por alturas de Maio de 68, não podemos deixar de pensar em Wilhelm Reich, que sabia bem que este tipo de frustrações não anuncia necessariamente viragens à esquerda, como apressadamente concluíram os líderes socialistas franceses. Como o prova a subida surpreendente da popularidade do primeiro-ministro François Fillon, até aí praticamente inexistente, imperceptível na sombra do agitado hiper-presidente. Personagem cinzenta e apagada, mas calma e rigorosa, uma espécie de antídoto conservador à agitação presidencial.
Nesse aspecto, Alain Badiou enuncia no seu livro De quoi Sarkozy est-il le nom (Paris: Lignes, 2007) um aspecto essencial para a compreensão da desorientação actual da esquerda. Se o candidato da direita representa um certo tipo de medo que atravessa a sociedade francesa (medo do estrangeiro, das classes populares, do declínio do país), o Partido Socialista apenas conseguiu incarnar o medo inspirado por Sarkozy, ou seja o «medo do medo». O medo e a desorientação a que Sarkozy dá um «nome» têm, para Badiou, uma história e um momento de fixação: o petainismo. Não se trata de pôr em pé de igualdade a França de 1940 e a de 2007, como não deixaram de o acusar os seus detractores, mas de encontrar, para lá da superfície das diferenças, uma mesma forma estatizada e catastrófica da «desorientação» nacional, aquilo a que Badiou chama um «transcendental» da política francesa: a capacidade de esconder sobre o manto da regeneração nacional a capitulação mais ignóbil, seja ao ocupante, seja ao capitalismo mundializado. Face à desorientação, Badiou propõe como antídoto a coragem. A coragem de afirmar uma posição fundamental, um ponto definido (por exemplo que «todo o trabalhador deve ser considerado de forma igualitária independentemente da sua origem»), e de o manter custe o que custar. Um ponto que seja exterior à temporalidade proposta pelo Estado. Foi o que fez a Resistência, e foi o se que fez em Maio de 68, com a proposta de uma aliança de tipo novo entre os jovens intelectuais e os trabalhadores. E é exactamente por isso que Sarkozy quer liquidar a sua «herança», não porque ela exista em alguma forma definida hoje, mas porque 68 é o espectro que o assombra. O que pretende Sarkozy, diz-nos Badiou, é «extirpar a própria possibilidade de pensar que esse género de obstinação a manter um ponto real seja possível», que «seja publicamente e unanimemente reconhecida a desaparição do espectro». Porque Maio de 68, em toda a sua diversidade, foi a manifestação mais recente em França do que Badiou nomeia de «hipótese comunista», a possibilidade de pensar a passagem «para lá do capitalismo, da propriedade privada, da circulação financeira, do Estado despótico e por aí diante». Não satisfeitos com a vitória sobre o «comunismo real», é a sua própria existência enquanto «hipótese» que os reaccionários modernos pretendem suprimir.
A questão fundamental para Sarkozy, portanto, não está tanto na necessidade de uma condenação dos acontecimentos de Maio, em saber quem tinha ou não tinha razão. Está em retirar ao acontecimento a sua própria substância subversiva. E é o que a transformação icónica e a redução apolítica de Maio de 68 têm vindo a fazer.
A herança de que precisamos hoje, não nostálgica, dispensa por isso o aparato mediático. Porque é bem mais frágil e escondida. Está viva em transmissões diversas e pouco espectaculares, como as que Jean Birnbaum identificou no seu livro Leur jeunesse et la nôtre, l'espérance révolutionnaire au fil des générations (Paris: Stock, 2005). Para lá dos mitos e dos dilemas de uma geração militante que teve muitas dificuldades em digerir as suas derrotas, foi a «hipótese» de que fala Badiou que foi passando de forma irregular e difusa em fragmentos de afectos, de memórias, de leituras, de experiências. Legado empírico, mais do que teórico, de maneiras de fazer política, de construir colectivamente os tempos e os espaços em que se concretizam as lutas. Uma ideia de Michel de Certeau, enunciada pouco depois dos acontecimentos de Maio, ficou célebre: os franceses tinham tomado a palavra em 68 como dois séculos antes tinham tomado a Bastilha. Como no pós-25 de Abril, foi a descoberta de uma liberdade intensa no uso da palavra por parte daqueles que se encontravam normalmente privados de discurso, não só pelo poder mas também pelas burocracias partidárias e sindicais. Se alguma herança existe, será antes de mais essa. A da possibilidade efectiva de uma inversão súbita e radical das hierarquias dos discursos e da ruidosa erupção da voz daqueles que não é suposto participarem na discussão da coisa pública. Essa herança não é do tipo das que pedem uma comemoração, mas uma verificação. Ela ainda anda por aí, subterrânea, em mobilizações alter-mundialistas, em lutas de desempregados e precários, em colectivos que lutam contra a expulsão dos sem-papéis, em revoltas estudantis como a do CPE. E em todas as dobras da sociedade onde se vai refugiando o espectro que continua a assombrar as nossas democracias consensuais. »

Saudações Pickleanas!

P.S - Podem encontrar o citado artigo em: http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=6700&Itemid=1

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Abril é Hoje.

Abril não foi ontem. Abril não é amanhã. Abril é hoje. O futuro é hoje. E, como tal, concentremo-nos no presente e não no futuro, como muitos cartazes das mais diversas campanhas eleitorais focam. Danificar uma democracia so-called 'plural' é deixar uma herança insuportável para os herdeiros das coroas autárquicas. Tal herança seria seguida por semelhantes acções. E por aí fora.
Se Abril é hoje, ajamos como se fosse agora.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Cá tamos

Ora, ora! Pensavam que se livravam de nós tão facilmente?! Antes fosse, caraças! A bida é difícil, mas cá tamos para a contornar! Já o mesmo não se pode dizer do acordo ortográfico que nos foi recentemente imposto! É a maior das estupidezes destruir a riqueza cultural contida em centenas de anos de evolução, em que os falantes tiveram o maior dos papéis! Oh! A nossa língua portuguesa! A língua exportada para tantos países vê-se agora a ser vendida ao capital, a ser etiquetada como um qualquer produto de supermercado? Pediram-nos opinião? O povo já não é quem mais ordena! E no próximo dia 25 de Abril comemoraremos a hipocrisia de que são feitos os que mandam por nós!
Mas, cá tamos...e não dormimos.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Previsões para 2008

2007 está quase, quase, mas mesmo quase a acabar e, a maltinha já se vai preparando para festejar a mudança de ano... Sinceramente nunca percebi bem o que é que se festeja de 31 de Dezembro para o 1 de Janeiro. Festejar-se-á o fim de um ano horrendo? Festejar-se-á a entrada num ano ainda pior? Será que se festejam os calendários novos que se têm de comprar? Bem, eu não sei mas o que é certo, é que se metade do mundo está mais preocupado em apanhar uma bruta bezana para se esquecer do horrível 2007, a outra metade está substancialmente interessada em saber, antecipadamente, o que o futuro lhes reserva...
Quanto à parte da bezana, já se sabe, não há volta a dar... Mas em relação às previsões para 2008, já é outra conversa, e foi por isso que o Pickles com Presunto convidou um astrólogo conceituado, Dr. Bekhu, para lançar as cartas, os búzios e as cascas dos pistácios, para o ano vindouro...

Plano Desportivo

A grande questão que preocupa o Portugal e do desporto para 2008 é... Será desta que Portugal vai ganhar um Europeu de Futebol?
A resposta dos pistácios é clara, peremptória e contundente: Não!

Quem vai ganhar o Euro 2008, então?
A Inglaterra
Vai ganhar a Inglaterra, então?
Ou a França...
Então ganha... a Inglaterra ou a França?
Ou a Espanha, ou a Holanda...
Bom... Dr. Bekhu, não goze comigo, quem vai ganhar afinal o Euro 2008?
Mas isso é trivial!
Ah sim? Então quem é?
Quem marcar mais golos! Dah!
Então, Portugal pode ganhar o Euro 2008?
Oi?
Portugal pode ganhar o Euro 2008?
Não, pá! Pode ganhar tudo menos Portugal!
Porquê?
Ouça lá, quem é que aqui percebe de cascas de Pistácio, ein? Então cale-se!
Outro assunto, qual vai ser a próxima equipa de Mourinho?
Os búzios dizem-me que vai ser a Selecção Nacional.
A sério? Então quer dizer que Scolari vai ser despedido depois dos maus resultados no Euro 2008 e depois Mourinho vai assumir o comando técnico da Selecção?
Ei! Não me ponha palavras na boca! Eu só digo o que os búzios me dizem! Não me esteja já a meter em polémicas que eu sou um homem muito sério!

Plano Político

Em termos políticos, Dr. Bekhu, vai ser um ano positivo para Portugal?
Não!
O que lhe dizem as cartas?
Vejo o Diabo, o Louco e o Imperador!
Imperador!? Que pode significar tal trio?
Ei! Homem, deixe de pensar nessas coisas... Faz-lhe mal!
Mas eu...
O Diabo significa que mais uma vez, o país vai cair na desgraça. O louco, é uma consequência óbvia. Vai haver rebeliões e actos de loucura, sangue, talvez haja algumas mortes... O imperador causa-me mistério, espanto... Talvez um novo ditador se erga...
Sócrates!?
Schh... Não fale no Diabo que ele pode ouvir!
Mas esse é um cenário muito negro...
Agora está a ter um comportamento indecente!
Como!?
Racista!
Mas...
Já lhe disse que eu sou um cientista credenciado na minha área, e além disso sou muito sério. Não aceito atitudes dessas, de baixo nível.
Não pode fazer previsões mais concretas para a política de 2008?
Claro! Posso-lhe dizer que vai haver muitos escândalos, vai haver corrupção nas autarquias, desvios de dinheiros para clubes de futebol, que Portugal vai continuar a liquidar-se e a exportar os seus pedaços para os amiguinhos da UE? Mas, raios! Não é preciso ser-se bruxo para perceber isto, ein?

Plano Económico

E o que nos pode dizer em relação ao plano económico?
É um plano inclinado... Muito inclinado... Vertiginoso!
Mas a descer ou a subir?
A subir só se for o desemprego e os bolsos do Belmiro, porque de resto, caímos todos para um poço, bem fundo...
Animador...
Mas n'á stress... Vai haver cada vez mais droga a entrar no país e vai entrar mais dinheiro desses negócios, por isso, a malta não passa fome!
Ah bom!?E as contas públicas vão melhorar?
Ouça lá, você não acha que é um pouco velho de mais para acreditar no Pai Natal?

Plano Internacional

Oh... vejo algo grande... Monstruoso... Demolidor... Terrível...
Será uma guerra, a terceira guerra mundial vai começar?
Oi?
É uma hipótese...
Náááááááááááááá! É só a pança do Hugo Chavez que está cada vez maior! Monstruosa, demolidora até! Terrível... Nem me diga nada, que os gazes do homem são mesmo potentes!
Está a falar no petróleo e no Gás Natural da Venezuela, portanto?
Se também vem o petroil não sei, mas acho que os gases já são maus demais!
Adiante, e que mais lhe dizem os búzios?
Vai ser um ano fixe!
A sério?
Não! Vai morrer muita gente!
Isso é mau...
Normalzito... Morre sempre muita gente todos os anos... E também se fazem muitos bebés!
Mas vai acontecer algo dramático ou importante para a história da humanidade?
Deixe-me concentrar... Ohmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm. Vai! Pela Santíssima trindade!
O quê?
As Pistas da Blue vão voltar para o ar!
E isso é assim tão mau?
Meu Deus, isso é mau? Isso é péssimo... É... É o Apocalipse... O Armagedão! O Mundo vai acabar!
Você está a gozar comigo?
A gozar!? Eu não podia estar a falar mais a sério! Mas parece que ainda há mais!
Diga!
A maior parte é coisas boas! O Bush... O Bush vai.. O Bush vai descobrir o Google Earth! E... O Mourinho vai conseguir finalmente pronunciar correctamente "The Thing", a Milú Rodrigues vai finalmente ser apedrejada numa visita a uma escola e...o Francisco Louçã vai passar a usar lentes!Mas o grande feito de 2008 vai ser Jerónimo de Sousa passar 30 minutos da sua vida sem usar o termo "trabalhadores"... Isto sim é de valor! E mais...A Lili Caneças vai fazer mais 29 plásticas!E o Cristiano Ronaldo vai estar envolvido em escândalos com mulheres... E Carolina Salgado vai mandar mais umas bitaites sobre os ataques de flatulência do Jorge Nuno!

Enfim... foi 2007! E 2008 vai ser assim! Temos pena

P.S.: Recordo que não fiz nenhuma piada sobre a última queda de Fidel Castro, ou sobre a última das numerosas viagens de Mário Soares... Há humor negro que cai mal, pá!


domingo, 23 de dezembro de 2007

A Quadra e o Povo

Chegado o Natal, chega a altura de abrir os cordões ao bolso e de fazer do consumismo um lema recorrente e constantemente presente, quer queiramos quer não (isto, numa perspectiva deveras capitalista).
Ti João Catão dirige-se solenemente, no seu fato de domingo, à retrosaria mais próxima da sua casa, casa essa que ele próprio construiu, e adquire um belo laço de cetim para oferecer a Ti Joaquina, sua amada esposa. Já o famigerado ramo de flores é substituído por uma valente braçada de couves tronchas, acabadinhas de apanhar, pois a geada é terrível. E não perdoa.
À custa desse grandioso feito Ti Catão exclama um viril: 'Ai, as minhas artroses! Vai-me buscar o lápis mulher!' (nota: o lápis é um medicamento, proveniente dos compadres espanhóis, feito de extractos naturais utilizado neste género de situações que, parecendo demasiado dramáticas, não o são).
Os dois únicos filhos de Ti Joaquina e Ti João estão fora de casa há muito e não há bordoada que os faça regressar. Um deles é um pedreiro nato. Arranja sempre que fazer com meia dúzia de tijolos e uma boa colherada de massa. Quando chega o Natal, esmera-se e oferece uma casota aos pais. Ti Joaquina, felicíssima da vida, só quer dar a canzoada toda, por forma a libertar as casotas que o filho lhe tem oferecido, anos a fio. E, quem sabe, criar uma organização condómina, do qual possa obter algum lucro e proveito. Quanto mais não seja para dar umas ceroulas novas ao marido.
Diz o povo que Ti Catão passa necessidade de roupa interior nova (o que inclui meias e truces) há já umas boas décadas. A que usa já não se encontra em bom estado de conservação.
O segundo filho de ambos é o que chamamos, habitualmente, de 'engenheiro de obras feitas'. Possui um quarto alugado numa residencial de meia estrela, levanta-se ao meio-dia e não trabalha de tarde. Sustenta-se com as jogadas manhosas de dados e baralho e matam-lhe a sede os copos pagos pelos bêbedos, seus amigos. 'Uma vergonha!', dizia a falecida Dona Preciosa, dona da mercearia 'O que é bom, come-se'.
Aparece em casa dos progenitores apenas e quando há festim, pois sabe que noutras ocasiões arrisca-se a levar uma pujante podoada.
É Natal: os Catões reúnem-se para trocar as alegrias e as amarguras. Sentam-se todos juntos ao fogareiro e é naquele ambiente calmo que, repentinamente, se ouve um ruído insólito.
...Ah! Era apenas o bichano, o Mirélo, que procurava algum conforto e carinho, pelo menos neste dia do ano.
São esquecidas as divergências entre os que se enroscam perto do lume e dá-se uma revolução: é passado um natal sem sentir o cru, frio, apunhalar do ódio capitalista.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Espírito Natalício

É Natal. Há quem diga que o Natal é uma época de partilha, solidariedade e todas essas tretas bonitas e estúpidas. Sim, eu sei que sou um insensível por não chorar ao ver o camião da SIC a dar presentinhos aos putos. Que bonito é ver o brilho nos olhos das crianças e a massa a entrar nos bolsos do Balsemão. Mas ninguém critique os porcos capitalistas, pois isto sim é "Dar e receber". No entanto, isto até é bonito por parte das estações televisivas comparado com a "Eternal soul Torture" que são os Natais dos Hospitais e afins... Sinceramente é crime passar aquilo a um doente em fase terminal. Apesar do mais aborrecido ser ter de ver o Goucha a apresentar, pois os pimbas ainda são machos.
Mas vou partilhar-vos algumas das minhas experiências natalícias. Eu tenho um trauma, quando passava o natal com a família expandida, os meus tios diziam-me "Vai ver se o Pai Natal já te trouxe as Prendas" e os meus pais diziam "Vai ver o que o Menino Jesus te deixou". Simplesmente não ficava confundido pois ia a correr desembrulhar os presentes como qualquer puto normal faria. Eu cedo me apercebi que não era o Pai Natal nem o Menino Jesus a dar-me as prendas pois eu ia escolher as caixas de legos e via-os pagar. Era uma criança prodigiosa pois consegui associar isso ao facto de serem eles a dar-me presentes. Mas cresci, e agora pouco ligo aos presentes. Agora que me posso considerar maduro acho que o natal é a época de estarmos reunidos com a família à lareira a contar histórias e a dizer "A culpa é do Sócrates", "Isto é que vai para aqui uma crise", "São todos a mesma coisa"... Ao fim ouve-se a pujante voz do chefe de família a bramar perante os doces desaparecidos "Tu e o teu irmão são terríveis...". Sinto orgulho ao ouvir estas palavras. Para mim o natal é para encher o bandulho até mais não e saber que no dia a seguir há mais. Sou feliz assim!
De qualquer modo, sou contra aqueles que dizem que o Natal perdeu o seu significado original, pois desconheço o seu significado original. Inicialmente era a festa pagã do solstício de Inverno, depois passou a ser o melhor dia para Jesus Nascer e festejarmos, e agora é a época em que se celebra o capitalismo com publicidades a toda a hora, obrigação moral de gastar dinheiro com os outros para sermos aceites na nossa sociedade.
O Natal é nem mais nem menos do que a celebração dos valores da nossa sociedade, e o que é curioso é que supostamente o Natal é uma época de solidariedade e partilha e na realidade por trás disso estão os braços do polvo capitalista. Assim como supostamente a nossa sociedade é uma sociedade de igualdade e democracia, mas todos estes valores se rendem ao "Money, money".
Muito sinceramente, não vale a pena pensar nisto, pois sentem-se frustrados ao ponto de não celebrar o Natal. Empanturrem-se mas é com filhozes e aletria (Pickles com Presunto também é uma ideia para a ceia de Natal) e visualizem o canal 2 de modo a não levar com publicidades a perfumes, brinquedos, Leopoldinas, Popotas e afins, e também de modo a não visualizar o Goucha nas suas figuras deprimentes.
Boas Festas!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Aceitam-se sugestões...

Devido aos mais recentes comentários, nomeadamente, pela parte de cidadãos activos, agindo sob a forma anónima, porventura, desrespeitosos, ofensivos, possivelmente até, algo provocatórios, este blog, que dá pelo nome "Pickles com Presunto" desafiar e convocar todos os escassos visitantes a entrarem num novo concurso...que até são dois:

Aceitam-se sugestões para um título mais light para o último post

Vai ser dado um prémio, ao blogger que conseguir arranjar o título mais light para o post "Aquela coisa que acabou hoje e aquele prémio que o gaijo porreiro nos ofereceu". O prémio para além da mudança de título será ainda algo mais... Hmm... digamos, a divulgar em altura oportuna.



Prémio "A resposta mais estapafúrdia"

Dar-se-á um excelente prémio a quem responder da forma mais estapafúrdia e inesperada ao último comentário feito pelo anónimo, e passo a citar para quem não estiver ao corrente


"
Aline:

Devo dizer que, na minha opinião, és o "elo mais fraco" do blog.
Sem ti, o blog não ficaria nada mais pobre. Até pelo contrário: si não me falha a memória, até agora ainda não trouxeste nada interessante ao blog... só de pensar naquele post sobre o metro da Lousã... eu ia adormecendo ao lê-lo! E isto era soposto ser um logar de entertenimento que alegrasse as pessoas, que as fizesse rir depois do stress do dia-a-dia, mas não é isso que se vê. Ainda assim, os posts do micles são os melhores, ele é o que mais se empenhou neste projecto conjunto... só é pena ele não ter tempo p'ra escrever um post por dia: tenho a certeza que o blog ficaria conhecido por todos os leitores.

Como sei que os autores do blog são uns cobardes e não vão publicar este post, vou aproveitar p'ra vos dizer mais algumas coisinhas:
P'ra começar, o título está uma merda. Não acredito, Aline, que não tenhas imaginação p'ra arranjar um título mais light p'ró post. Post esse que não tem sentido nenhum: se só tivesses falado do prémio ficava muito melhor, mas tu não tens culpa! Deves estar a esforçar-te muito para fazer o que fazes, não tens é capacidades para fazer melhor. Pelo que li nos comentários, andas com o Tiago, não é? Deves ser uma brasa irresistível porque, se assim não for, eu não sei o que é que ele viu em ti! Inteligência é que não foi de certeza.

Eu sei que não vão publicar o meu comentário mas, ainda assim, gostaria que me respondessem no espaço de comentários deste post. Obrigado!

"Beijinhos e outras coisas fofinhas" Aline.(que nojo)

O teu pior pesadelo.(Desculpa-me o clichet)"


Penso que não é preciso implorar para que sejam o pior pesadelo do nosso pior pesadelo!Saudações presuntamente pickleanas!

*Tiago com Aline Cedrac